quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NINGUÉM É FELIZ SOZINHO


Nunca se falou tanto em divórcio quanto nos últimos tempos, parece que quanto mais se passam os anos, mais se banalizam os relacionamentos conjugais. Casar e se divorciar se tornou algo rotineiro, simples, natural, trivial, comum entre a sociedade, principalmente ocidental.
As pessoas não desistem de encontrar um grande amor, mas desistem de preservar um amor nos primeiros obstáculos que surgem, achando que não merecem passar por frustrações e que pelo fato de o companheiro ter feito algo desagradável não ser digno de seus sentimentos, apontando-o como um vilão. E assim, muitos supostos vilões vão passando pela vida.
 “Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho” disse Tom Jobim, renomado representante da Música popular Brasileira e um dos criadores da Bossa Nova. Essa frase explica a incessante e desesperadora busca por companhia.
            As pessoas querem aparentar de toda a maneira que não precisam de ninguém, querem se bastar, ser autossuficiente achando que este é o caminho da felicidade, mas como em um ato falho deixam manifestar comportamentos que contradizem isto. O número de festas, baladas, redes sociais que rebentam continuamente no circuito social não deixa encoberta a necessidade do ser humano de ter companhia. Todo mundo busca, de uma maneira ou de outra, esquivar-se da solidão.
É muito discrepante as palavras e as ações das pessoas. Às vezes sendo agressivas e desdenhando do amor, como se este fosse desnecessário, como se não o quisessem ter, como se fosse algo fútil, como se o amor próprio bastasse, mas em qualquer oportunidade que encontram de se relacionar amorosamente ficam torcendo para que dê certo e, se não dá, simplesmente agem como se estivessem doando uma roupa velha. Talvez o medo de sofrer que impeça o crescimento (inter) pessoal.
Necessitamos um do outro para viver, é uma lei universal e indiscutível, viver negando isso é um mecanismo de defesa, mas que não funciona com a tal finalidade porque apenas cria uma vida leviana.
            Não é vergonha precisar de alguém, não é vergonha amar, não é vergonha demonstrar sentimentos, não é vergonha se emocionar diante de coisas simples. Vergonha é negar as próprias necessidades, é viver de aparência, é se preocupar com o que os outros vão pensar e criar uma imagem em função disto. A mais profunda necessidade do ser humano é a de ser amado, e todos buscam isso por mais que o neguem e se digam não precisar de ninguém.
            O orgulho não proporciona nada de vantajoso, te priva da felicidade, te faz perder coisas boas, impede suas conquistas, breca seu crescimento. Humildade não é, nunca foi e nunca será sinônimo de pobreza, é sim sinal de riqueza espiritual, de soberania de caráter. Um pedido de perdão, o ato de assumir uma culpa, o dizer eu te amo, o correr atrás de um amigo ou um amor só te faz ganhar coisas que você poderia ter perdido caso preferisse enaltecer seu ego.
Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08/17070

Publicado no Jornal de Notícias "A Folha de Saltinho" dia 19-05-2012
Pode ser reproduzido citando a fonte e a autora. (Lei 9.610/1998)

Nenhum comentário:

Postar um comentário