quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

HIPNOSE CLÍNICA


Hipnose. Termo originário da união das palavras hipnos-gnose, com sua vertente em “hypnos” que significa sono, advindo de um deus grego com este nome. Denominação cunhada pelo médico James Braid, assim se deu devido ao estado de transe ser demasiadamente semelhante ao estado de sonolência. Embora a denominação seja equivocada, tendo em vista que não se dorme durante o transe hipnótico, a nomenclatura se difundiu e não mais houve possibilidade de modificá-la.
Sempre vinculada à busca de cura, a hipnose ganha espaço com a primeira e segunda Guerra Mundial devido ao cenário traumático do pós-guerra e das patologias emergentes na época, sendo usada como tratamento.
Há vários mitos que permeiam o fenômeno hipnose, entre eles, de que a hipnose é causada por poderes sobrenaturais do hipnotizador, que a pessoa dorme ou fica inconsciente, que o hipnotizador controla totalmente a pessoa, e coisas de gênero. Tais postulações são inverídicas. A pessoa hipnotizada não vai fazer nada que seu senso crítico e sua moral não permitirem, não vai dormir muito menos perder a consciência, não vai revelar segredos nem ser dominada pelo hipnotista. Salientando que o transe ocorre na linha delimitadora entre o sono e a vigília.
No decorrer do dia-a-dia entra-se em transe espontaneamente por várias vezes sem que nos demos conta disso. Quando estamos lendo um livro e nos perdemos nas nossas divagações mentais; quando, assistindo televisão, nos concentramos tanto na programação que nem ouvimos quando alguém nos chama; quando, durante uma conversa, não prestamos atenção no assunto, pois estamos pensando em outra coisa; quando fantasiamos ou “sonhamos acordado”, etc.
Sendo definido como um estado alterado da consciência, o transe hipnótico se dá por via de concentração direcionada a um estímulo que se apresenta monótona e repetitivamente, podendo ser ele auditivo, visual ou olfativo.
Juntamente com a hipnose há a o uso de sugestões, que tem um poder de convencimento incomparável. Percebe-se isto na publicidade que, através de anúncios e propagandas, direciona o comportamento das pessoas. Como diz Benomy Silberfarb “o convencimento é a palavra de ordem no mundo das atividades comerciais. Não deixa de ser um hipnotismo comercial e publicitário”. Ou seja, somos hipnotizados o tempo todo.
Na hipnose clínica, estando a pessoa em transe, o hipnoterapeuta vai então utilizar-se de sugestões terapêuticas visando eliminar os sintomas apresentados pelo paciente. As sugestões têm um papel fundamental, pois é direcionada justamente para a queixa que a pessoa trouxe. Enquanto a psicoterapia trabalha o conflito para que o sintoma vá se desfazendo juntamente com ele, na hipnose clínica faz-se o sentido inverso, extingue o sintoma primeiramente, porque é ele que causa o sofrimento do paciente, e depois trabalha-se o conflito que originou este sintoma. Assim os resultados são mais rápidos e promissores.
Entre as indicações da hipnose como tratamento pode-se destacar obesidade, anorexia, ansiedade, fobias, estresse, traumas, parar de roer unha, de fumar, além de ser útil para exacerbar características desejáveis como atenção, autoestima, bem estar, inteligência, controle emocional, autoconfiança, tranquilidade, felicidade, enfim, tem uma abrangência de atuação vasta para promover curas e qualidade de vida.
Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08/17070

Publicado no Jornal de Notícias "A Folha de Saltinho" dia 18-02-2012
Pode ser reproduzido citando a fonte e a autora. (Lei 9.610/1998)

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