A
palavra felicidade é oriunda do latim felicitas
e tem como significado prosperidade, fortuna, satisfação. Por muito tempo
poetas e romancistas aludem à denominação "ser feliz" deixando um enigma nesta
colocação, que deve ser reinterpretada a cada geração. No mundo Ocidental, no
campo da Psicologia, a felicidade foi submetida a estudos comportamentais com
intuito de poder ser mensurada e, somente no século XX, com a difusão da
Psicologia social, a felicidade começou a ser enxergada através de fatores
singulares de cada sujeito como satisfação pessoal, afetividade, emoção
positiva e qualidade de vida.
Felicidade com frequência é um termo
usado para definir a condição mais almejada de plena realização na vida de uma
pessoa. Não tendo uma abrangência de
significação exata, já que satisfação é um quesito subjetivo, faz referência a
um estado de bem estar e alegria com a vida que se esta vivendo. É
contabilizada por vários eixos da existência: pelo caráter afetivo, familiar,
financeiro, de saúde física e mental, realização pessoal, profissional, ou
seja, aquilo que tem valor e faz sentido na vida da pessoa e certamente mudarão
com o passar do tempo; já que os objetivos tendem a mudar e os fatores
considerados desejáveis também.
Não há como determinar a medida de
felicidade de algo já que, como expresso no parágrafo anterior, esta é integrada
para cada pessoa de maneira diferenciada contendo importâncias individuais. Tem
muito mais a ver com o que a pessoa cria em sua vida do que com o mundo lhe
oferece. Felicidade não se busca, não se ganha, não se acha, se inventa, se
constrói, se arquiteta. Há que se criar e se responsabilizar por esta invenção.
Em uma participação no programa “Dois a
um” do SBT o Psiquiatra e Psicanalista Jorge Forbes diz que “a felicidade não é
para os covardes”, explicitando que os covardes afirmam serem felizes se
pautando num postulado de felicidade imposto pela sociedade e não o que eles
realmente julgam ser o melhor para si. Ser feliz de verdade implica em ter
coragem de constituir a própria felicidade.
É ilusão acreditar que felicidade é um
estado de completude, porque nunca vai ser tudo como se quer, até porque a
volição alterna de objeto o tempo todo. Sempre vai ter algo que está faltando,
pois o ser humano é um ser faltante, como já afirma a Psicanálise. Podemos
possuir coisas desejáveis, mas concomitante possuímos coisas indesejáveis, e
este é a controvérsia do existir. O desejar que é prazeroso, não
necessariamente o ter.
Tem gente que julga a felicidade pelo saldo
bancário, pelo estado de saúde, pela aparência física, pela religiosidade, por
fazer o que se gosta e ter o que se quer, isso é uma questão de opinião. A
condição de felicidade trata-se bem mais da forma como o indivíduo se posiciona
frente às novas formas de adversidades que a idade lhes impõe do que as
situações que realmente vivencia.
Tudo precisa de adaptações e é natural
que se sinta infeliz em algumas eventualidades do cotidiano, mas a vida não se
remete a isto. Felicidade significa ser resiliente e se envolver consigo mesmo
no sentido de buscar fazer-se feliz e não esperar que “caia tudo do céu”, como
no dito popular.
Psicóloga Katree
Zuanazzi
CRP 08/17070
Publicado no Jornal de Notícias "A Folha de Saltinho" dia 12-05-2012
Pode ser reproduzido citando a fonte e a autora. (Lei 9.610/1998)
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