O pai do existencialismo é considerado Soren Kierkegaard,
sua vida exerceu forte influência sobre sua obra. Buscou combater o pensamento
racionalista de Hegel e trazer um olhar humano sobre aquilo que estava sendo
classificado em laboratório, porém morre sem saber que sua ideia foi admitida.
Teve seu trabalho difundido por Heidgger, que os traduziu e popularizou.
O existencialismo é um movimento filosófico que surgiu a
partir da insatisfação com teorias correntes na época. Tem seu apogeu na década
de 50 após a segunda Guerra Mundial com Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger,
num canário marcado pelo caos.
Martin Heidegger visou a ontologia fenomenológica e criou a
desein analise, afirma que existir é
estar situado e projetado no mundo e isto ocorre através de uma facticidade que
é ser lançado neste.
Jean-paul Sartre usou a primeira vez o termo
existencialismo para esta corrente filosófica e é seu representante mais
destacado. Pautou-se na fenomenologia de Husserl, no existencialismo de
Heidegger e no materialismo dialético de Marx. Tem a visão filosófica de mundo
de que a existência procede a essência.
Os existencialistas acreditam na lógica compreensiva onde
não se explica, apenas compreende o sujeito, pois este é subjetivo, situacional
e explicá-lo remete a um nexo causal. Através dos fatos de cada pessoa forma-se
uma teoria nova. Parte-se do empírico
para a teoria.
O objeto de estudo do existencialismo é a existência. O
termo existência deriva do latim ex-sistere, com o significado de emergir,
impor-se, aflorar, sobressair, partindo de uma escolha. Segundo Sartre as
pessoas são condenadas a ser livre. Condenados no sentido da escolha, todos são
obrigados a escolher sendo que o não optar já é uma escolha. O escolher é
angustiante, pois ao decidir por algo se abre mão de inúmeras outras
possibilidades. Em toda escolha se ganha e perde ao mesmo tempo.
No existencialismo trabalha-se a questão de fato e
fenômeno, sendo o primeiro correspondente a o que aconteceu e o segundo como o
sujeito percebe este ocorrido exterior a ele, o interpreta e internaliza. O
fenômeno é então o significado subjetivo que se dá ao fato.
Postula-se também a divergência entre ‘eu ideal’ e ‘eu real´.
O ‘eu real’, como o nome já evidencia, parte da realidade, corresponde a que o
indivíduo realmente é com qualidades desejáveis e indesejáveis. O ‘eu ideal’
diz respeito a como o sujeito é em sua fantasia, como gostaria de ser e como
luta para ser, só que este ‘eu ideal’ implica em perfeição, perfeição a qual a
pessoa nunca consegue atingir e então fica projetando para o futuro (ex. quando
eu tiver tal coisa, eu serei feliz...), como a felicidade está depositada em
uma imagem fictícia e muito distante do ‘eu real’ gera angústia. A pessoa então
cria estratégias para lidar com a angústia, a má-fé, ela nega uma verdade
dolorosa e assume uma não verdade que lhe é prazerosa.
Na terapia vivencial (vertente de psicologia que atende sob
esta ótica) o Psicólogo busca apenas compreender a história do paciente e nunca
interpretar, auxiliando-o a ressinificar os fatos vivenciados.
A cura só ocorre quando a pessoas se assume como sujeito
com potencialidades e limitações, aceita o ‘eu real’ e aceita que o ‘eu ideal’
é apenas um desejo que talvez nunca se realize. A pessoa abre mão da má-fé e
busca aproveitar o que realmente é e/ou tem.
Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08\17070
Artigo publicado no Jornal de Notícias impresso “A Folha de Saltinho” no dia 21-12-2013. Também disponível nos sites www.saltinhoweb.com e www.afsaltinho.com.br
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