Fenômeno permeado por um ar de
misticismo, desperta a curiosidade do público que se depara com os famosos
shows de hipnose de circo. Em frequentes programas de televisão e em alguns eventos
fechados a exposição da hipnose é feita de uma maneira sensacionalista, fato
que provoca em seus espectadores a estranha sensação de que os feitos
extraordinários apresentados resultem de poderes sobrenaturais do hipnotista e
que significarão submissão absoluta do sujeito hipnotizado.
Apesar de exposições serem uma boa
maneira de difundir os benefícios da hipnose, por vezes estes métodos podem
aparentar meio invasivos para quem não tem conhecimento a respeito do assunto e
estabelecer ideias errôneas acerca do fenômeno. Faz-se necessário desarraigar
crenças infundadas, desemaranhar conceitos e tornar claro o verdadeiro
significado do poder da mente do ser humano.
A ideia, sustentada por muita gente, de
que a pessoa estando em hipnose ficará totalmente vulnerável e em total
submissão ao hipnotizador não é verídica, aliás, não condiz nenhum pouco com a
realidade. Não existe nenhuma possibilidade de alguém se apoderar da volição,
da mente, do querer de outra pessoa.O sujeito jamais irá fazer algo que a
moral dele condene estando em transe, ele só aceitará sugestões que não lhe
apresentarem perigo algum.
Longe de ser sinônimo de magia,
anormalidade, misticismo e dominação plena, o transe hipnótico faz parte do
cotidiano natural de qualquer pessoa. Sendo um evento corriqueiro, trivial que
vivenciamos frequentemente sem nos darmos conta disso. Os acontecimentos que
são chamados popularmente de “sonhar acordado”, “sair do ar”, “falar sozinho”, “viajar
na maionese” são exemplos de estados de transe. Sempre que estamos em um estado
alterado de consciência podemos o assim denominar.
Não existe no mundo uma pessoa que
consiga infligir o transe hipnótico em outra pessoa sem a autorização da mesma.
Toda hipnose é uma autohipnose, ela só se faz possível por via da aceitação do
sujeito. O hipnotizador é apenas um facilitador, alguém que sabe as técnicas
adequadas para tanto e como fazer de uma maneira eficaz que proporcione
benefícios para o sujeito que procura utilizar a programação da
mente.
Há casos em que a pessoa já chega ao
consultório em transe hipnótico porque vê na televisão e já faz o trabalho de
autohipnose antes mesmo de chegar ao local. Isto demonstra que o processo de
hipnose depende da pessoa em questão, porque o hipnotizador não tem nenhum
poder sobrenatural, ele apenas tem os conhecimentos sobre os métodos, mas
ninguém é hipnotizado se não permitir.
Com a imensidão de benefícios
proporcionados por esta, sem implicar em sequer um efeito colateral, a hipnose
ganha cada vez mais reconhecimento. Usada desde tempos primórdios com fins
curativos, apesar de ser desvirtuada em alguns casos, não perdeu sua potencialidade
no auxilio a tratamento e até mesmo sendo o próprio tratamento em questões de
saúde física e mental.
Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08\17070
Publicado no Jornal de Notícias "A Folha de Saltinho" dia 22-09-2012
Pode ser reproduzido citando a fonte e a autora. (Lei 9.610/1998)
Nenhum comentário:
Postar um comentário