Averiguando a
história sabe-se que a doença, em tempos primórdios, era concebida como castigo
divino. Logo, vem Hipócrates dizendo que as doenças se originam dos conflitos
psíquicos, que há uma relação simultânea entre corpo e espírito, e descreve que
as doenças orgânicas são influenciadas por problemas psíquicos, em geral,
inconscientes. No ano de 1818 Heinholt introduz o termo, que tinha como
intenção classificar sintomas, sinais clínicos e doenças descritas como
mentais. Assim, qualquer patologia que tivesse manifestação física e que fosse
de origem mental seria denominada psicossomática.
A palavra
psicossomática é derivada de psique (mente) e soma (corpo). Atualmente a
psicossomática é designada como uma vertente da ciência que aborda e trata as
questões humanas, buscando promover saúde tanto orgânica quanto psíquica e
social.
Por entender o
ser humano com uma visão integrada, de unicidade entre mente e corpo, há autores
que afirmam que toda doença pode ser considerada psicossomática, uma vez que o
soma e a psique do sujeito são inseparáveis, indissociáveis. Mas só é
diagnosticado como tal, quando há uma doença orgânica a qual não possui um
histórico condizente com a mesma, levando-se assim a considerar os aspectos
emocionais e subjetivos.
O corpo, sendo
a estrutura física do sujeito é, portanto, o lugar de vida e também de morte.
Tudo que é interpretado das experiências vividas vai repercutir de alguma
maneira na esfera física do sujeito em sua totalidade.
Quando há
sofrimento psíquico com o qual a pessoa não encontra um escape ou até mesmo não
tem condições de lidar com ele, vai se acumulando e o corpo tende a somatizar.
Se a pessoa não expressa, o organismo terá que encontrar uma maneira de
manifestar. Angústias não externalizadas ficam no corpo e acabam afetando algum
órgão, ou vários. Tanto o mental é influenciado pelo físico quanto vice versa.
Bronquite,
asma, gastrite, úlcera, enxaqueca, depressão, dermatites, anorexia, obesidade,
pressão alta ou baixa, impotência sexual, frigidez, fibromialgia, dores musculares, dependência
química, são alguns exemplos de danos à saúde que podem ter sua origem em motivos
psíquicos.
Uma manifestação física interfere em toda a
imagem corporal que se construiu até o presente momento da vida e geralmente
demanda de uma nova estruturação da maneira de viver. Pode haver casos em que a
doença se manifesta como um mecanismo de defesa em relação à uma realidade
insuportável, assim a pessoa consegue evitar, fugir, se esquivar de situações
desprazerosas. Não que a pessoa aja de má-fé, mas o organismo tenta
inconscientemente se defender.
O fato de a
enfermidade ser de origem mental é indispensável o acompanhamento clínico, tendo
em vista que os sintomas não são inventados, se tornaram biológicos e são
causadores de intensos sofrimento a quem o vivencia. Sendo detectado que não há uma causa orgânica, as questões psicológicas devem ser tratadas juntamente
com as físicas, para que sejam amenizados ou findados os sintomas, e também para
que se evitem sequelas futuras.
Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08\17070
Publicado no Jornal de Notícias "A Folha de Saltinho" dia 31-03-2012
Pode ser reproduzido citando a fonte e a autora. (Lei 9.610/1998)
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