A
violência é concebida como um fenômeno que ocorre e se dissemina constantemente,
implicando em relações de poder e dominação. Está sempre atrelada à questão de
desigualdade, onde um lado frágil sofre abuso de outro mais apoderado. Independente sob
a esfera a qual se manifesta repercute em prejuízo ocupacional em vários âmbitos da vida da pessoa.
A violência direcionada à mulher na
contemporaneidade se consagrou como uma das principais causadoras de sofrimento
físico e psicológico feminino, fato que compõe uma grave problemática de saúde
pública, sendo que uma em cada quatro brasileiras já sofreu algum tipo de
agressão por parte do parceiro.
O perfil mais comum das mulheres
vitimizadas é assinalado por três características base: mulheres jovens,
dependente financeiramente do companheiro e com filhos, o que não exclui a
ocorrência com mulheres que não se enquadram nestas. Deve-se salientar que vêm
ocorrendo por todo o mundo e entre vários tipos de pessoas, das mais variadas
idades, classes sociais, religiões, etnia, grau de instrução e que é dentro de casa
o local em que estas mulheres sofrem, é menos frequente ocorrer aos olhos de um
público.
Existem, basicamente, cinco tipos de
violência: A violência física, que é a mais perceptível por representar uma
agressão corporal; Violência moral, muito mascarada por ser falsamente nomeada
de “discussão” (digo falsamente porque discutir não é sinônimo de molestar por
palavras), assinalada por ofensas, injúrias, insultos, uso de nomes pejorativos
(vagabunda, puta, vadia...), detrimento moral, é o popularmente conhecido como
xingamento; Violência psicológica, caracterizada por qualquer atitude do
companheiro ou ex que represente sofrimento emocional para a mulher como
ameaçar (geralmente de tirar os filhos), perseguir, vigiar, tentar controlar a
vida da pessoa, chantagear, humilhar, ridicularizar, ou seja, tudo que limita o
direito de ir e vir da mulher ou diminua sua autoestima; Violência sexual, que
se refere a induzir por ameaça, coação, intimidação ou obrigar a mulher a
participar de um ato sexual não desejado, isto ocorre muitas vezes com o marido
sentenciando a mulher de que esta é um objeto e tem a obrigação de lhe fazer
todos os desejos sexuais, mesmo que não queira e também engloba o ato de
manipular ou forçar a relação sexual sem preservativo, não deixar a mulher
tomar anticoncepcional ou fazê-la cometer aborto, ou seja, tudo o que anule os
direitos sexuais da mulher; Por fim, a violência patrimonial, que significa
danificar ou destruir objetos pessoais e bens materiais, como quebrar os móveis,
o carro, atear fogo ou rasgar documentos ou instrumentos de trabalho, reter qualquer
coisa que pertença a mulher como dinheiro, joias etc. Simplificando, tudo que
represente algum tipo de prejuízo físico, psíquico ou emocional contra a mulher
é caracterizado como violência.
Muito raro é um tipo de violência se
manifestar sozinha, ela sempre vem acompanhada por outra, ou outras. Ás vezes,
começa com uma “simples” agressão verbal e vai evoluindo, há vários casos
relatados na mídia de violência contra mulher que chegou a ponto de um
homicídio.
Frequentemente o homem que agride a
mulher ainda tenta convencer a vítima de que ela é culpada pela
violência que está sofrendo, que ele tem razão em agredi-la, que ela incitou
isso, mas não é verdade! É apenas uma técnica de perpetuar a violência e se
esquivar da responsabilidade pelas agressões.
Outra incidência comum é depois de
agredir, o homem dar uma de arrependido com promessas e juras de que nunca mais
na face da terra irá repetir este comportamento, que estava estressado, que não
vai mais acontecer, que o perdoe pelo amor de Deus, mas quem faz uma vez tem
uma enorme possibilidade de tornar a fazer.
Ninguém pode tomar uma decisão pela
vítima, cabe a ela decidir romper com esse vínculo de violência ou
continuar. Quer denunciar? Faça um Boletim de Ocorrência,
denuncie-o e peça proteção da polícia, não tema as ameaças que ele esteja lhe
fazendo. Só reclamar e não tomar nenhuma atitude não vai resolver, só irá
aumentar a violência porque ele percebe que você está vulnerável ás ameaças e
atos dele.
Dica: Se o homem lhe agrediu com tapas,
puxão de cabelo ou outra forma que não tenha deixado marca no corpo, ao fazer o
BO não peça para fazer de violência física, porque não haverá marcas para o
corpo de delito, solicite contra a violência moral, pois será mais fácil
penalizar o agressor.
Psicóloga Katree
Zuanazzi
CRP 08/17070
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