As pessoas casam, mas se separam também.
As pessoas veem tanta separação que tem até medo de se casar. Alguns se casam
pensando na possibilidade de rompimento e já esquematizam um “plano B” caso a
relação não dê certo. No Brasil a cada quatro casamentos há um divórcio, sendo 71% deles requeridos pelas mulheres.
Um dos principais motivadores ao casamento é que as pessoas querem
sentir-se acompanhadas por alguém, para fugir da solidão. Acreditam que o
casamento vai fazê-las mais feliz. Pensam que sendo casadas terão mais status,
segurança, terá com quem compartilhar experiências e dividir problemas além de
ser mais bem aceito perante a sociedade que entroniza o matrimônio.
A visão construída socialmente quanto ao relacionamento conjugal
para homens e mulheres é diferenciada. Enquanto para a mulher o casamento tem
significado de amor, companheirismo, romantismo, para o homem significa constituir
família, ter um lar, dar continuidade a linhagem. A mulher dá muita importância
ao casamento, tanto que ela não suporta viver um casamento ruim, prefere separar-se
a isso. Daí o grande índice de divórcios solicitados por elas.
O desejo de sentir-se amado é uma necessidade básica do ser humano,
está no âmago da existência. O importante não é ser amado e sim se sentir
amado. Por amor enfrenta-se todo tipo de obstáculo e sem amor tudo parece
difícil. O casamento foi idealizado para suprir esta necessidade, porém no
mundo real do casamento muitas coisas podem ser dolorosas.
O primeiro equívoco é idealizar um “feliz para sempre”, porque
isso definitivamente não existe, felicidade são momentos e não um estado
permanente. Muitos casais vão para o casamento apaixonados e crendo que vão
viver aquilo para o resto da vida, mas paixão não dura pra sempre, ela termina
um dia e surge então a possibilidade de dar espaço ao sentimento chamado amor.
O que acontece depois do casamento? Tem gente que se casa com o
pensamento de que o companheiro vai fazê-la plena, completa, inteira e é aí que
surgem os problemas. Esperam tanto do outro (que nunca consegue satisfazê-la
completamente até porque ninguém tem este poder) e ao depara-se com a
impossibilidade deste de lhe fornecer a plenitude simplesmente opta por
acreditar que isto é o fim do amor.
É óbvio que com a convivência tende a se acarretar dificuldades,
como em todo relacionamento interpessoal, surgem problemas a serem resolvidos e,
se não há maturidade para isto começa o desgaste na relação. Quando casa a
relação sofre modificações. Ninguém vai casar com a mesma pessoa para sempre,
porque as pessoas mudam e os relacionamentos também.
Não existe uma pessoa capaz de suprir todas as necessidades de
outra. Não se deve esperar perfeição, porque perfeição é utopia. Se cada um
fizer uma autoanálise perceberá que nem de si mesmo deve-se esperar isto. Cada
um é responsável pela própria felicidade, o cônjuge é apenas um complemento.
Katree Zuanazzi
Artigo publicado no Jornal de Notícias impresso “A Folha de Saltinho” no dia 30-07-2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário