No âmago da
existência humana se encontra a questão de indagar sobre quem se é, e que valor
é atribuído a o que se é. Essa imagem que cada um formula a respeito de seu ser
é estruturada através de julgamentos que partem da expressão do social e que,
no entanto, é introjetado e constitui a personalidade. De todos os julgamentos
que se faz, nenhum é tão importante como o que se faz sobre si mesmo.
Partindo do
autoconceito sendo este uma estrutura cognitiva, uma crença em relação a quem
se é a autoestima, em contrapartida, é uma reação afetiva, uma avaliação referente
a esta crença estipulada. Entendida como o valor que o sujeito atribui a sua
subjetividade e o perpetua através das relações vivenciadas, a autoestima faz
alusão à forma como o indivíduo elenca suas metas, aceita a si mesmo e a imagem
que representa, valoriza suas características singulares e projeta suas
expectativas. É um sentimento integrado ao longo da vida por meio das
contingências oriunda das relações interpessoais, ou seja, uma construção de
aprovação ou desaprovação autoimputada.
Representa forte influência sobre a qualidade
de vida, sendo uma necessidade básica do ser humano diante das vicissitudes da
vida. Propicia uma adaptação saudável ao meio e integração do sujeito como
pessoa e, seu nível repercutirá nas relações no trabalho, família, como lidar
com as pessoas, como reagir, podendo até mesmo prever um prognóstico da
realização pessoal.
Há quem diga
que a autoestima é fomentada por situações apetecíveis em algumas áreas da vida,
como poder aquisitivo, engajamento social, erudição, beleza física, sexo,
ocorrência de algum marco como casamento, nascimento dos filhos, aquisição de bens
ou qualquer outro evento que seja considerado desejável. Não tem como negar que
certos atributos proporcionam alguma vantagem pelo fato de fazerem as pessoas
se sentirem melhor no momento em que os provam e/ou mais seguras frente a
determinadas situações. Todavia seria um equivoco afirmar que a autoestima
parte da questão do conforto de que se desfruta. Ela não é uma condição humana
e sim um eterno vir-a-ser.
Ter autoestima
elevada significa se perceber, ter clareza dos próprios limites, se
responsabilizar pela vida que leva, agir ativamente no próprio destino, confiar
em si mesmo e não viver em função dos outros. Autoestima é algo extremamente particular.
“Todas as maravilhas de que precisas estão dentro de ti” disse Sir Thomas Browne.
“Todas as maravilhas de que precisas estão dentro de ti” disse Sir Thomas Browne.
Uma
auto-estima adequada proporcionará uma reposta adaptativa diante dessas
dificuldades e aumento da capacidade de reagir a eventos externos. Quanto maior
contato consigo mesmo e com o meio circundante, melhor as respostas de
adaptação, mais se desenvolverão as potencialidades. Para se ter uma autoestima
saudável se faz necessário primeiramente que se conheça bem, que experiencie
continuamente coisas novas, que passe a se enxergar como um ser com limitações
e também com possibilidades, que é livre para criar a própria realidade.
Katree
Zuanazzi
Artigo
publicado no Jornal de Notícias impresso “A Folha de Saltinho” no dia 20-08-2011.
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