domingo, 12 de janeiro de 2014

MULHERES ILUDIDAS

   
Muitas mulheres escolhem se enganar para manter um relacionamento inexistente, para sustentar o vínculo com um homem que não corresponde aos sentimentos dela e, na esperança de futuramente ganhar o coração deste e como troféu receberem o status de namorada/noiva/esposa se sujeitam a serem tratadas como objeto.
   Palavras românticas têm sido usadas como moeda por homens que desejam a companhia ocasional de uma mulher sem necessariamente manterem um relacionamento sério com esta. Frases bonitas comovem facilmente fazendo com que mulheres permaneçam em relacionamentos desrespeitosos motivadas por uma porcão destas proferidas automaticamente, sem se quer minimamente condizerem ao contexto a que se inserem. Por mais que as palavras produzam um impacto emocional muito grande, são capazes de serem inverdade. Já os atos não, os atos nunca mentem.
   O comportamento de um homem sempre vai deixar implícito quais são suas verdadeiras intenções com a mulher. Se ele gosta de uma mulher, a ama, pretende ficar com ela, a considera importante, sempre a colocará como prioridade. Assim como, se não a ama ou não intenciona ficar de verdade com ela, quer só ‘curtir o momento’, a tratará como uma companhia temporária com a qual pode ocupar seu tempo vago ou períodos de carência. Aí, é uma opção desta se submeter ou não a ser o remédio para curar o tédio e a fossa de homem que não está se sentindo feliz, como na música de Peão Carreiro.
   Ainda, há casos em que o homem mostra, verbaliza que não pretende ter um relacionamento sério ‘nesse momento’ ou ‘por esse período que esta passando’, enfim, utiliza um pretexto qualquer para ser, no mínimo, delicado e não magoar a moça, e mesmo assim esta finge que não entendeu ou quer tanto tê-lo que acaba por criar uma realidade fantasiosa em relação ao romance, às vezes chega até a usar de má-fé distorcendo as palavras do moço para alimentar sua esperança.
   Você fingir não enxergar que o homem não te ama, não vai fazê-lo amá-la! Muito ao contrario, apenas será um demonstrativo para ele de que pode fazer o que quiser e ainda assim você continuara disponível. Ou seja, você estará assinando um contrato de que permite ser tratada como objeto. Ninguém respeita quem não se respeita.
   Se um homem não arruma tempo para te ver é porque ele não deseja te ver e aparecer ocasionalmente não é sinal de compromisso. De acordo com as pesquisas da escritora Sherry Argov ‘Muitos homens dizem que estão ocupados demais com o trabalho. O trabalho nunca interfere quando ele realmente quer estar com alguém na vida pessoal. Se um homem quiser mesmo se encontrar com uma mulher, o tempo livre vai aparecer num passe de mágica’, e ‘ A partir das pequenas coisas que o homem faz e das atitudes que toma perto de uma mulher, dá pra ver quais são suas intenções’.
   Identificado que o sujeito com o qual você se envolveu não retribui as suas expectativas cabe a você decidir abandonar agora ou ser abandonada depois. Que ele vai partir assim que encontrar uma mulher por quem se apaixone é óbvio.  Então pra que perder o tempo, saúde, vida em um relacionamento que só fere sua autoestima e você sabe que não tem futuro? Vale a pena usar o tempo que você poderia ocupar para conhecer e conviver com uma pessoa que valoriza quem você é, com alguém que só te usa?

Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08\17070

Artigo publicado no Jornal de Notícias impresso “A Folha de Saltinho” no dia 11-01-2014. Também disponível nos sites www.saltinhoweb.com e www.afsaltinho.com.br

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

PRINCIPAIS TEORIAS: I. EXISTENCIALISMO


    O pai do existencialismo é considerado Soren Kierkegaard, sua vida exerceu forte influência sobre sua obra. Buscou combater o pensamento racionalista de Hegel e trazer um olhar humano sobre aquilo que estava sendo classificado em laboratório, porém morre sem saber que sua ideia foi admitida. Teve seu trabalho difundido por Heidgger, que os traduziu e popularizou.
    O existencialismo é um movimento filosófico que surgiu a partir da insatisfação com teorias correntes na época. Tem seu apogeu na década de 50 após a segunda Guerra Mundial com Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger, num canário marcado pelo caos.
    Martin Heidegger visou a ontologia fenomenológica e criou a desein analise,  afirma que existir é estar situado e projetado no mundo e isto ocorre através de uma facticidade que é ser lançado neste.
    Jean-paul Sartre usou a primeira vez o termo existencialismo para esta corrente filosófica e é seu representante mais destacado. Pautou-se na fenomenologia de Husserl, no existencialismo de Heidegger e no materialismo dialético de Marx. Tem a visão filosófica de mundo de que a existência procede a essência.
    Os existencialistas acreditam na lógica compreensiva onde não se explica, apenas compreende o sujeito, pois este é subjetivo, situacional e explicá-lo remete a um nexo causal. Através dos fatos de cada pessoa forma-se uma teoria nova.  Parte-se do empírico para a teoria.
    O objeto de estudo do existencialismo é a existência. O termo existência deriva do latim ex-sistere, com o significado de emergir, impor-se, aflorar, sobressair, partindo de uma escolha. Segundo Sartre as pessoas são condenadas a ser livre. Condenados no sentido da escolha, todos são obrigados a escolher sendo que o não optar já é uma escolha. O escolher é angustiante, pois ao decidir por algo se abre mão de inúmeras outras possibilidades. Em toda escolha se ganha e perde ao mesmo tempo.
    No existencialismo trabalha-se a questão de fato e fenômeno, sendo o primeiro correspondente a o que aconteceu e o segundo como o sujeito percebe este ocorrido exterior a ele, o interpreta e internaliza. O fenômeno é então o significado subjetivo que se dá ao fato.
    Postula-se também a divergência entre ‘eu ideal’ e ‘eu real´. O ‘eu real’, como o nome já evidencia, parte da realidade, corresponde a que o indivíduo realmente é com qualidades desejáveis e indesejáveis. O ‘eu ideal’ diz respeito a como o sujeito é em sua fantasia, como gostaria de ser e como luta para ser, só que este ‘eu ideal’ implica em perfeição, perfeição a qual a pessoa nunca consegue atingir e então fica projetando para o futuro (ex. quando eu tiver tal coisa, eu serei feliz...), como a felicidade está depositada em uma imagem fictícia e muito distante do ‘eu real’ gera angústia. A pessoa então cria estratégias para lidar com a angústia, a má-fé, ela nega uma verdade dolorosa e assume uma não verdade que lhe é prazerosa.
    Na terapia vivencial (vertente de psicologia que atende sob esta ótica) o Psicólogo busca apenas compreender a história do paciente e nunca interpretar, auxiliando-o a ressinificar os fatos vivenciados.
    A cura só ocorre quando a pessoas se assume como sujeito com potencialidades e limitações, aceita o ‘eu real’ e aceita que o ‘eu ideal’ é apenas um desejo que talvez nunca se realize. A pessoa abre mão da má-fé e busca aproveitar o que realmente é e/ou tem.
   
 Psicóloga Katree Zuanazzi
CRP 08\17070

Artigo publicado no Jornal de Notícias impresso “A Folha de Saltinho” no dia 21-12-2013. Também disponível nos sites www.saltinhoweb.com e www.afsaltinho.com.br