Desde
pequenos somos orientados a nos posicionar frente à escolha profissional que
iremos seguir na idade adulta. A pergunta “o que você vai ser quando crescer?”, popularmente empregada, já impõe certa obrigatoriedade em refletir
acerca do aspecto de trabalho futuro enquanto obtenção de sustento, bem como,
deixa enfatizada a importância da resposta dela.
Não há como negar que a atitude de
escolher é demasiadamente angustiante e, na verdade, a escolha é uma obrigação,
pois não tem como fugir dela. Talvez por isso seja tão sofrido optar. Em se tratando
da escolha profissional é um pouco mais complicado, pois é uma seleção que nos
acompanha por um longo período, por isso deve ser bem pensada. Passa-se grande
tempo da vida no trabalho, é justo aderir à uma profissão que não seja
agradável?
Decidir
por uma profissão é o mesmo que fazer uma tenção, um desígnio traçando um
planejamento futuro, e essa escolha profissional passa a fazer parte do projeto
de vida de uma pessoa. É muito mais do que simplesmente perceber a vocação que
se tem, mas juntamente fazer uma análise do passado, considerando os aspectos
pessoais, conhecer as profissões condizentes com as habilidades apresentadas e,
ainda, averiguar a realidade socio-política e econômico-cultural que dá subsídio
a essa escolha.
A
primeira ideia que se formula acerca do trabalho é que este fornecerá condições
financeiras, mesmo que básicas, para o esteio das necessidades. No entanto, a
palavra trabalho carrega algo a mais que o simples sustento, imputa toda uma
construção subjetiva e imagem construída ao longo da vida a respeito de quem se
é. Não existem maneiras de esquivar-se de optar por uma profissão (em algum
momento da vida alguma forma de trabalho será desempenhada), já que é ela que
norteará quem pretendemos ser, o que se pretendemos com isso e que mundo iremos
ou pretendemos construir.
O
trabalho representa um dos caminhos de orientação vital e de definição pessoal,
e a ocupação está intimamente ligada à personalidade, embora nem sempre
possamos distinguir que características biopsíquicas foram responsáveis pela
escolha profissional e quais resultaram da adaptação do indivíduo a mesma.
A
escolha profissional reflete o desenvolvimento e integração da personalidade,
assim, se a mesma influencia na escolha profissional, a profissão influi nas
pessoas que a exercem consideravelmente. A partir disto, fica evidenciado que
muitos traços da personalidade, valores, opiniões e crenças podem ser criados
ou modificados durante o exercício de uma profissão, o qual tornará um ponto
fundamental para o rumo que seguirá a personalidade na continuação do seu
desenvolvimento.
A
escolha da profissão não é algo estático, já que há possibilidade de mudar de
opção a qualquer momento na vida, levando em consideração os esforços
necessários para tanto. Abrir mão de um emprego e dedicar-se a outro é sinônimo
de novas relações que trazem junto novas exigências e também novas expectativas.
O que consola no fato de termos que escolher algo de inestimável importância é
justamente esta abertura para recomeçarmos em outra área de atuação, caso aquela
que julgamos melhor em determinada ocasião não se faça mais pertinente.
Psicóloga Katree
Zuanazzi
CRP 08/17070
Nenhum comentário:
Postar um comentário