Violência psicológica pode ser descrita
como qualquer eventualidade que exponha a criança a situações aversivas, bem
como, a depreciação da mesma em forma de insultos, ameaças e atividades de
gênero, enfim, qualquer ato que lhe cause sofrimento psíquico.
Estes atos geralmente ocorrem de forma
verbal e remetem um alto nível de estresse para a criança. As crianças
negligenciadas emocionalmente além de vivenciar o sofrimento emocional oriundo
do abandono, hostilidade e agressividade imposto pelos responsáveis, têm uma
grande probabilidade de ter sofrimentos complementares em função de viverem
em constantes situações de risco em que não contam com um responsável que
desempenhe a função de cuidador. Assim como todos os tipos de violência, o
abuso psicológico repercute em toda a vida da criança, uma vez que ocorre bem
na etapa de sua constituição enquanto sujeito.
Desde o período de gestação a criança já
vai introjetando os vários papéis que atribuem, designam a ela, e com o passar
dos anos vai vivenciando e fortalecendo as ideias que lhe foram impostas pelos
pais ou por quem desempenha a função destes. Esta socialização primária das
crianças, que ocorre no seio familiar, são eventos fundamentais na constituição
e integração da personalidade adulta. As rejeições a que a criança está
submetida ou experiencia ao longo da infância trazem consequências que
repercutem em vários âmbitos do seu existir. A família, que deveria zelar pelo
bem-estar físico e emocional dos seus integrantes, tem agido de forma
arbitrária, aniquilando o outro, independente do tipo de violência que a criança
estiver exposta.
A vitimização psicológica pode assumir duas formas básicas: a
de negligência afetiva, que consiste na falta de responsabilidade e interesse
nas manifestações da criança, e a de rejeição afetiva, manifestação onde ocorre
a depreciação e agressividade com a mesma.
Mais do que os outros tipos de
violência, está em demasia presente nas relações de pais/responsáveis e
filhos, principalmente por eclodir de uma maneira mascarada. Geralmente é
apresentada em forma de chantagens emocionais, coerção psicológica, com a desculpa de educar e
principalmente através da imposição do querer do adulto subestimando a vontade
da criança.
Segundo o Ministério da Saúde, o abuso ou violência psicológica é concebido como um evento no qual uma
criança ou um adolescente é submetido a situações em que suas capacidades e potencialidades
são desqualificadas ou, quando passam por situações de intensas
cobranças feitas pelas pessoas significativas, durante o período de crescimento
e desenvolvimento.
Além de comprometer a integração
psíquica da criança, proporcionando uma defasagem na constituição dela
enquanto sujeito, a violência psicológica implica em danos na aprendizagem,
cognição, vida social e principalmente na saúde física e mental. A conduta dos
pais irá influenciar positivamente ou negativamente a constituição subjetiva,
pois fornecem uma base que a criança se desenvolva psicologicamente.
Psicóloga Katree
Zuanazzi
CRP 08\17070
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